West Ham e sua queda irreversível

Na metade de 2006, o bom time do West Ham que havia surpreendido em sua reestréia na Premier League anunciava seus novos reforços, dia após dia. Carlton Cole, Robert Green, John Pantsil, Carlos Tevez e Javier Mascherano. Todos bons nomes para um time médio que mantinha uma base de sucesso e queria incomodar os grandes.

Mas aí começa o declínio dos "hammers". O entrosamento misteriosamente parece ter desaparecido, jogadores que na temporada passada tiveram grandes exibições não conseguiram manter o nível e os dois argentinos, de quem muito se esperava, pouco fizeram. O time começou mal e daquele buraco não conseguia sair.

Os boatos de venda do clube corriam soltos por Londres, e não sei até que ponto, podem ter ajudado de leve nessa má fase do time. E enfim, um milionário islandês compra o West Ham, dando esperanças de aumento das despesas em contratações e salários, para tirar o time da lama.

Em um de seus primeiros atos, a nova diretoria anuncia a saída do técnico Alan Pardew, substituído por um Curbishley fracassado no Charlton. O time não ganhava de ninguém e nem dava sinais de recuperação, e então abriu-se novamente o mercado.

Com dinheiro, o time do martelo avançou em vários jogadores, trazendo um pacotão: Boa Morte, Davenport, Lucas Neill, Kepa Blanco, Quashie e Upson. A esperança voltava ao Upton Park, afinal, uma série de três ou quatro vitórias afastaria o time do rebaixamento e o colocaria na briga por uma nova vaga à Copa da Uefa, o que não parecia muito difícil com a chegada de tais reforços.

Mas não adiantou. O time continuou perdendo muito, empatando alguns jogos e ganhando de quase ninguém.

Pra dar o golpe final, clássico londrino em Upton Park, West Ham x Tottenham. Um jogo complicado, mas que poderia mostrar que o grupo ainda tinha forças para salvar o clube do descenso.

Um primeiro tempo impecável dos hammers, com direito a gol de Tevez, que não marcava há quase um ano. O intervalo chegou trazendo um 2x0 para o West Ham e a sensação de que a vitória era apenas questão de tempo.

Na volta, pouco depois do reinício do jogo, o gol dos Spurs. Mais alguns minutos e o empate do time de Aaron Lennon. A torcida parecia ver novamente o mesmo filme da temporada inteira, mas não deixava de apoiar o time até o fim.

Até que Zamora desempata o jogo a favor do time da casa faltando menos de 10 minutos para o fim. Era a quase certeza da vitória tão desejada. Era a esperança de que a volta por cima seria dada, de que um temporada horrível seria salva nas últimas rodadas. Mas, como tudo que o West Ham fez de bom nessa temporada, durou pouco. Berbatov empatou o jogo em cobrança de falta aos 44' do segundo tempo.

Para piorar, Stalteri marcou o gol da vitória do Tottenham no último minuto, após ataque afobado do West Ham, que não deixou ninguém na marcação. Era o fim.

Como todo time que é rebaixado, chega um momento em que você vê que realmente não tem mais saída. E com o West Ham não é diferente. Depois desse jogo, a certeza do rebaixamento pairou em todas as cabeças. E pra piorar, ainda corre risco de perder pontos pelas transferências de Mascherano e Tevez.

Nem o dinheiro islandês, nem a ajuda da MSI, nada. Quando o time caminha para o rebaixamento, parece que nada ajuda. Uma pena para um clube tão tradicional como o West Ham, que revela grande parte dos jogadores ingleses que brilham em outros clubes. Mas, infelizmente, os hammers não hão de estranhar a segunda divisão inglesa, já que ultimamente têm passado mais tempo lá do que no convívio com os grandes.

-Guilherme Daroit

Post Scriptum: E o West Ham me quebra e vence o Blackburn fora de casa, de virada, por 2x1, roubado. Só falta eles se salvarem ainda...