Sevilla contra o "Efeito Europa"
Um dos fenômenos mais vistos no futebol da Europa nos últimos anos é a rápida ascensão e ainda mais rápido declínio dos times médios dos principais centros do continente.
Com os grandes clubes de Espanha, Inglaterra, Alemanha e Itália freqüentemente oscilando na classificação de seus campeonatos a cada ano, começaram a abrir brechas para que times como Osasuna, Celta e Chievo, para citar só alguns, conseguissem chegar à Liga dos Campeões e Copa da UEFA com relativa naturalidade. Mas o problema todo consiste em que, após fazerem grandes campanhas e obterem a vaga para as competições européias, no ano seguinte esses clubes afundam e voltam à sua condição de coadjuvantes ou até pior, caem para a segunda divisão de seus respectivos países.
O que normalmente acontece com esses times médios ou pequenos é que quando conseguem fazer uma grande campanha com bons jogadores, não conseguem segurá-los, perdendo-os para clubes com maior poder econômico. Tendo que repor as peças com rapidez e qualidade, começam a contratar jogadores que recebem mais do que o time pode pagar, talvez esperando a premiação por suas participações nas competições da UEFA. Com um time desentrosado e não muito identificado com o clube e com a torcida, a desclassificação vira questão de tempo. E se não conseguem uma nova classificação para a Europa para a temporada seguinte, o estrago está feito. Com um elenco caro demais para a sua receita, o time só tende a decair, o que fatalmente acontece.
Exemplos não faltam: Villareal, Hamburgo, Real Sociedad, Udinese, Betis, Leeds United, Mallorca, além dos já citados anteriormente. Como podemos ver, um mal mais presente na Espanha do que nos outros países.
A bola da vez nesse caso é o Sevilla. O clube espanhol vem fazendo boas campanhas após sua queda à Serie B anos atrás, batendo na trave duas vezes na classificação à UCL e ficando com o título da última Copa da Uefa. Nesta temporada, a Liga dos Campeões parece algo certo, e o título é uma possibilidade. Até aí, muitos já chegaram, mas o problema é conseguir se manter nesse nível e fazer com que seu apogeu não seja o de entrar apenas para disputar a principal taça da Europa.
Por enquanto, os vermelhos da Andaluzia parecem estar fazendo tudo certo. Não se assustaram após o título em Eindhoven e as constantes boas campanhas na Liga espanhola e procuram sempre melhorar seu elenco sem fazer loucuras. Kanouté, Poulsen, Palop e Chevantón são apenas alguns dos bons nomes que desembarcaram no Ramón Sánchez-Pizjuán nos últimos tempos, contratados com o dinheiro das vendas de Julio Baptista, Reyés e Sergio Ramos.
A temporada 07/08 será o ano da verdade para os rivais do Bétis. Será a hora de mostrar que vieram pra ficar e que não cometerão os mesmos erros de seus adversários. Talvez inspirados pelo Lyon, que há menos de uma década atrás não era nem muito conhecido fora da França, e desde que sentiu o gostinho de ser campeão e reconhecido não largou mais o osso. Conseguiu superar esse tal "fenômeno" e se agigantou de vez. Ainda parece não ter camisa para vencer uma UCL, mas isso já é assunto para outro dia. Hoje, só posso dizer mais que torço seriamente para que o Sevilla seja o "novo Lyon" ao invés de ser o "novo Celta" ou a "nova Udinese".
-Guilherme Daroit com o auxílio involuntário de Paulo Torres.
3 comentários:
Concordo em "número e gênero igual", rs. Abraços
torça também para que a torcida do betis não leia este texto. garrafadas podem voar.
mas concordo com o texto, só acho que este ano o lyon mais uma vez não ganhará.
Pois é, eu também acho que o Lyon não leva. Por motivos pessoais, digamos assim.
Abraço aos dois.
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